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Workshop mostrou o valor que o mercado britânico oferece às empresas nacionais
A Associação Comercia do Porto (ACP-CCIP) acolheu, no dia 3 de outubro, o workshop Destino: UK – Desafios e oportunidades no acesso ao mercado britânico, copromovido pela Câmara de Comércio Luso-Britânica (BPCC) e pela APAT – Associação dos Transitários de Portugal.
A iniciativa, que reuniu diferentes perspetivas sobre o tema em apreço, foi vista pelo presidente da ACP-CCIP com “inegável sentido de oportunidade”, dada o peso que o Reino Unido (RU) tem no total de exportações do país (9,1%, de acordo com os dados mais recentes) e os constrangimentos que se colocam às empresas portuguesas e comunitárias no pós-Brexit. Nuno Botelho assinalou a melhoria consistente do saldo da balança comercial com o RU nos últimos 15 anos e considerou que se trata de um “parceiro comercial resiliente e fiável, capaz de garantir previsibilidade nas operações e consistência nos resultados”.
Perante “dados encorajadores”, o dirigente mostrou-se convicto de que existe “uma margem significativa de crescimento na quota de exportação” para o mercado britânico e que as empresas nacionais “podem beneficiar de um conjunto de oportunidades de negócio”, quer nos bens transacionáveis, quer nos serviços especializados.
João Luís Araújo, diretor da BPCC, fez também uma análise às relações comerciais entre os dois países e à economia britânica, dando nota de uma transformação significativa da realidade empresarial no RU, mais direcionada para os serviços de tecnologia, com destaque para o setor financeiro e para o ecommerce. O dirigente apontou para estes setores como dois dos mais competitivos, sem deixar de explorar outras oportunidades de negócio para as empresas nacionais, em áreas como a metalomecânica, os componentes da indústria automóvel ou a produção agrícola.
Por parte da APAT, António Nabo Martins, numa breve intervenção, descreveu a atividade desta associação, fundada há 50 anos e que se dedica à representação de todas as empresas transitárias do nosso país. A APAT, recordou o seu presidente, presta também apoio jurídico e formativo aos seus associados, em matérias como a legislação laboral ou as regras de transporte.
O workshop contou, ainda, com a intervenção de diversos operadores logísticos, em transporte rodoviário (Garland), marítimo (CLdN), rodo-ferroviário (Eurotunnel) e frio (Zolve); com uma explicação jurídica sobre as regras de origem, por parte de José Rijo, especialista e direito tributário; e com o testemunho do diretor da Alfândega de Aveiro, João Gomes Ferreira, que explicou a complexidade de alguns procedimentos aduaneiros decorrentes do Brexit. Adrian Bridge, CEO da The Fladgate Partnership, trouxe o Vinho do Porto, como exemplo prático de um produto tradicional que tem vindo a ajustar-se à nova realidade do mercado e a conquistar espaço no mercado de consumo britânico.