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QSP Summit 2025 abre com apelo à cultura ética nas empresas e à valorização do potencial económico da região Norte






A edição de 2025 do QSP Summit arrancou esta terça-feira, dia 1 de julho, com uma cerimónia de abertura no Pátio das Nações do Palácio da Bolsa, onde se reuniram centenas de participantes entre empresários, gestores, académicos e profissionais. Voltando a contar com o apoio da Associação Comercial do Porto, o QSP Summit volta a afirmar-se como um dos maiores fóruns de discussão de gestão e marketing da Europa.
Na abertura da sessão, o presidente da Associação Comercial do Porto, Nuno Botelho, elogiou o percurso desta organização, destacando-a como “um exemplo de persistência no trabalho e de ambição nos resultados”, que procura, na sua perspetiva, “apontar, não tanto à liderança nacional, mas ao mercado global, com o objetivo de ser mais competitivo, mais autónomo e mais liderante”.
Esta capacidade, na perspetiva, contrasta com a dificuldade que subsiste na região em gerar marcas reconhecidas a nível global. “A região Norte continua a ter dificuldade em promover-se, gerar massa crítica e escalar internacionalmente. O QSP Summit é uma exceção nesse cenário”, afirmou a propósito, apelando a um trabalho mais articulado entre instituições e empresas locais, que olhem para “objetivos mais amplos” e abdiquem do “pensamento de quintal que tem feito escola nos últimos anos”.
O dirigente defendeu ainda a valorização dos produtos e do talento da região, a modernização das infraestruturas-chave como o Porto de Leixões e o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, bem como a criação de sinergias entre academia e tecido empresarial, de forma a gerar inovação e valor acrescentado.
António Lobo Xavier: “A ética passou a ter valor económico”
Keynote speaker desta cerimónia, António Lobo Xavier, proferiu uma intervenção sobre “Ética e Negócios”. O conselheiro de Estado alertou que, no atual contexto empresarial, não é possível reter talento nem garantir sustentabilidade sem uma cultura ética forte.
“A empresa do futuro terá como critério diferenciador estratégico uma certa cultura ética”, afirmou o também presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP. Segundo Lobo Xavier, práticas eticamente reprováveis já têm consequências reais no acesso a financiamento e na reputação empresarial, apontando exemplos como a Nike ou o Facebook.
A ética, defendeu, já não é apenas uma questão moral — é um ativo estratégico com impacto direto nas decisões de clientes, parceiros e investidores. “A ética tem hoje um valor económico real”, sublinhou.
Nesta cerimónia inaugural do QSP 2025, o presidente executivo do certame, Rui Ribeiro, também fez uma breve introdução a destacar a missão e o crescimento do evento ao longo dos anos.
A encerrar esta sessão, houve lugar a um painel de debate que juntou Isabel Furtado, CEO da TMG Automotive; Nuno Terras Marques, CEO da Vista Alegre e presidente do Grupo Visabeira; Rob Symington, co-CEO da Symington Family Estates; e António Lagartixo, CEO da Deloitte Portugal.
O QSP Summit 2025 continua a decorre até esta quinta-feira, na Exponor, com dezenas de oradores nacionais e internacionais, workshops temáticos e sessões de networking.