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Pedro Duarte nas Conversas na Bolsa: “Temos de ser mais ambiciosos no desempenho económico”












O ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, foi o primeiro convidado do ano das Conversas na Bolsa, numa edição que, como assinalou Nuno Botelho, presidente da Associação Comercial do Porto, bateu o recorde de afluência do evento e teve a coincidência de se realizar numa data histórica da cidade: o dia 31 de janeiro.
Invocando a sua condição de portuense, o governante começou precisamente por recordar a tentativa do primeiro golpe republicano ocorrido em 1891, como exemplo de um “Porto rebelde, insubmisso e inquieto” e de uma cidade que “nunca se demite de lutar por aquilo em que acredita”. “Quem tem no Porto o seu berço tem o dever de praticar a memória e a saudável rebeldia, de lutar pela liberdade”, acrescentou Pedro Duarte.
Para temas centrais da sua exposição, o ministro trouxe ao Palácio da Bolsa um diagnóstico sobre os desafios que o país enfrenta num quadro “extraordinariamente incerto em termos globais” e um reforço da mensagem política do Governo. No primeiro ponto, o convidado retratou alguns dos aspetos mais críticos na política internacional, como a “deterioração das velhas alianças”, a “crise climática que não esmorece” ou o facto de o “mundo digital ameaçar as democracias liberais”, para depois reconhecer que vivemos num contexto geopolítico que “assusta”, mas que “não nos deve desmobilizar”.
Olhando para o quadro nacional, num segundo ponto da apresentação, Pedro Duarte defendeu a ideia de que Portugal está “do lado mais promissor” neste cenário global, como resultado de opções políticas tomadas nos últimos anos que conduziram a “contas públicas equilibradas”, assim como a “dívidas pública e privada reduzidas” e um nível de riqueza que “se está a aproximar da média europeia”. Assinalando as “boas notícias de Bruxelas”, que dão nota de que o nosso país teve o terceiro maior crescimento da zona Euro no último trimestre de 2024, o orador concluiu que os números “permitem um maior otimismo”. “Temos de ser mais ambiciosos também no desempenho económico. Preparar a economia para a próxima década, com medidas arrojadas e projetos estruturais, para crescer acima dos 2% e tornar-nos mais competitivos”, acrescentou.
Para o futuro próximo, Pedro Duarte defendeu dois desafios fundamentais: a retenção de talento e a moderação política. No primeiro caso, o ministro dos Assuntos Parlamentares considerou que a discussão que tem acontecido no país sobre imigração não dispensa “olhar com urgência para a saída dos nossos jovens mais qualificados”. “Não há futuro possível sem jovens que o queiram protagonizar”, aludiu.
No segundo caso, o orador reconheceu que o país não tem conseguido “evitar o populismo, o extremismo e a desinformação que fragilizam a democracia”. Rejeitando a bipolarização política, Pedro Duarte reafirmou o compromisso do seu Governo em manter uma atuação “central, moderada, equilibrada e com sentido agregador da sociedade”. “É assim que destrunfaremos os extremismos”, concluiu.
3 de fevereiro 2025