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Palácio da Bolsa acolhe V Congresso da SEDES
Com o apoio da Associação Comercial do Porto, a SEDES – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social realizou, nos dias 5 e 6 de novembro, no Palácio da Bolsa, mais duas jornadas do seu V Congresso. Após a sessão realizada no dia 28 de outubro, na Fundação Gulbenkian, dedicada à reforma do sistema político, desta vez foram os temas económicos a serem convocados para o debate no Porto, num programa que incluiu reflexões sobre competitividade, finanças, indústria, energia e ambiente.
O mote para a discussão foi dado por Álvaro Beleza, presidente da SEDES, na sessão de abertura do evento. O dirigente considerou que o país vive “diversas angústias”, destacando o crescimento “anémico” da economia portuguesa – apenas 0,73% de taxa de crescimento média – nos últimos 20 anos, assim como a queda de 3% do salário real dos cidadãos no mesmo período, ou uma das mais elevadas taxas de tributação fiscal sobre as empresas na Europa. Justificando a escolha da cidade para discutir este tema, Beleza considerou que “a SEDES, tal como o Porto, não desperdiça tempo em lamúrias e não tem adeptos do paternalismo estatal”, concluindo com a disponibilidade que a instituição tem para apresentar “propostas concretas” ao país.
Enquanto anfitrião do evento, Nuno Botelho, agradeceu à SEDES a coragem de discutir “um novo modelo de desenvolvimento económico para o país” e constatou que este tipo de debates “só pode acontecer em instituições livres, verdadeiramente independentes e que emanam da sociedade civil”, como a SEDES e a Associação Comercial do Porto. “É fundamental termos esta atitude de defesa e promoção da livre-associação, do debate público, do escrutínio das instituições políticas” considerou o presidente da Associação Comercial do Porto, enfatizando a importância de existirem “instituições fortes” na construção da democracia.
Também o presidente da Câmara Municipal do Porto reconheceu que a SEDES e a Associação Comercial do Porto “combinam bem” e são “instituições complementares”. Sobre o tema em apreço – as políticas de desenvolvimento económico – Rui Moreira condenou a “profunda aversão ao mérito” que se instalou na sociedade portuguesa, acrescentando que “um país com esta aversão à meritocracia não pode aspirar a um bom nível de desenvolvimento”. A esse aspecto, o autarca e ex-presidente da Associação Comercial do Porto somou a “falta de confiança endémica” e a “inveja” como três motivos para o atraso no nosso desenvolvimento. Numa nota de “optimismo” final, Rui Moreira encerrou a sessão de abertura com um elogio às “novas gerações que querem ser empreendedoras” e considerou que a sociedade “tem de acreditar esses, porque é através deles que pode crescer”.
08 de novembro de 2021