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“Orgulho” e “honra” na atribuição do Prémio D. António Francisco dos Santos à Ala Pediátrica do São João e Centro Materno Infantil do Norte
A Ala Pediátrica do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) e o Centro Materno Infantil do Norte (CMIN) receberam o Prémio D. António Francisco referente ao ano 2020, numa cerimónia que teve lugar no Palácio da Bolsa, a 26 de setembro. As duas instituições de cuidados pediátricos, como recordou o Presidente da Associação Comercial do Porto, foram distinguidas em “homenagem ao que foi a resiliência e a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em tempo de pandemia”, sendo-lhes atribuída uma verba global de 75 mil euros, repartidas pelas duas unidades.
Na presença de Fernando Araújo, presidente do Conselho de Administração (CA) do CHUSJ e recentemente designado como futuro Diretor Executivo do SNS, Nuno Botelho recordou que foi o próprio primeiro-ministro a assumir que “o Porto tinha muito para ensinar ao resto do país”, especialmente no setor da saúde, devido ao desempenho dos seus hospitais. “Esse reconhecimento só valoriza o prémio que hoje estamos aqui a atribuir”, reforçou o líder da Associação Comercial.
Nuno Botelho mostrou-se defensor de um “trabalho em rede” como “uma das soluções para muitos problemas que se verificam no país”, considerando que “puxar uns pelos outros” é o caminho para “se fazer bem”. Em conclusão, mostrou-se orgulhoso “enquanto portuense” por ter “duas instituições na cidade, que corporizam na perfeição o espírito de D. António Francisco”.
O Padre Manuel Fernando, responsável pela Irmandade dos Clérigos, copromotora da iniciativa, reforçou a justiça desta atribuição, recordando que o Prémio D. António Francisco “foi designado para valorizar a memória de um grande Bispo e, sobretudo, para encontrar pontos de contacto entre as várias instituições que trabalham pela dignificação da condição humana”. Na opinião do representante desta Irmandade, quer o projeto da Ala Pediátrica do CHUSJ, quer o CMIN, integrado no Centro Hospitalar do Porto (CHP), “representam claramente esse trabalho” e reúnem “o talento, a motivação e a inspiração para cuidar dos outros”.
Por parte da Misericórdia do Porto, terceira entidade copromotora deste prémio, António Tavares considerou a atribuição do Prémio como “um reconhecimento ao SNS, por parte da sociedade civil e das forças que representam o Porto profundo”, mostrando-se ainda esperançoso de ver o valor da distinção aplicado em projetos “que tenham a ver com a missão destas casas”. “Em particular, destinados aos jovens”, sublinhou o Provedor.
FERNANDO ARAÚJO: “MANTER A MEMÓRIA COLETIVA”
“Orgulho enorme” foi o sentimento expresso pelo Presidente do CA do CHUSJ no momento de receber o Prémio atribuído pela Associação Comercial, Irmandade dos Clérigos e Misericórdia do Porto. Fernando Araújo recordou o exemplo de “humanismo e dignidade” que D. António Francisco representou e deixou, ele próprio, numa homenagem aos profissionais do São João, que, em tempos de “enorme desconhecimento e receio”, “abandonaram a família” para não deixar de “dar resposta a quem precisava”. “Isso nunca vou esquecer”, reconheceu o responsável.
Fernando Araújo sublinhou ainda a “memória curta” que faz com que, em parte, a sociedade se esqueça do que viveu há dois anos”. “É importante termos estas referências, para manter a memória coletiva e a recordação do impacto que teve esta pandemia”, assinalou.
PAULO BARBOSA: “RUAS VAZIAS, HOSPITAIS CHEIOS”
Também o Presidente do CHP lembrou a excecionalidade do tempo vivido no auge da pandemia, considerando ter sido o “momento mais difícil que os cidadãos e os profissionais de saúde viveram, desde a gripe espanhola”. Enquanto as ruas estavam vazias, “os hospitais estavam cheios”, recuperou, deixando a sua homenagem ao “sofrimento muito grande” que resultou das “muitas mortes na primeira vaga” e do “drama sentido pelos profissionais com receio de “levarem a doença para casa”.
Neste quadro, Paulo Barbosa considerou que a distinção é “um orgulho muito particular”, lembrando a figura “humanista” de D. António Francisco e a sua “forte ligação” ao Hospital de Santo António e ao CMIN. “Foi uma personalidade que nos marcou muito e é uma honra para nós receber este prémio”, concluiu.
O Prémio D. António Francisco – uma homenagem ao Bispo do Porto D. António Francisco dos Santos – é uma iniciativa solidária da Associação Comercial do Porto, da Irmandade dos Clérigos e da Santa Casa da Misericórdia do Porto. A sua atribuição destina-se a apoiar cidadãos ou instituições que se distingam na promoção e defesa da dignidade da pessoa humana, na defesa e promoção dos direitos humanos, no diálogo inter-religioso e ecuménico e na promoção da paz.
27 de setembro de 2022