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Desafios para o mercado de trabalho de amanhã foram discutidos no Palácio da Bolsa
A Fundação Mestre Casais e a Associação Comercial do Porto trouxeram para o debate os novos paradigmas e conceitos do trabalho, no evento “Futuro das Profissões 2024”, realizada no Palácio da Bolsa, esta quarta-feira, 17 de janeiro.
Em formato de almoço-conferência, a iniciativa contou com a participação de Fernanda de Almeida Pinheiro, Bastonária da Ordem dos Advogados; António Mendonça, Bastonário da Ordem dos Economistas; Fernando de Almeida Santos, Bastonário da Ordem dos Engenheiros e Francisco Miranda Rodrigues, Bastonário da Ordem dos Psicólogos, num painel que colocou as associações socioprofissionais a discutir o impacto dos regimes de trabalho híbrido e da inteligência artificial (IA) nas respetivas atividades.
Na sessão de abertura, o Presidente da Associação Comercial do Porto recordou as “mudanças profundas” que a execução e organização do trabalho conheceram nos últimos anos, e que tiveram início na pandemia. Este período foi responsável por introduzir “novos hábitos nas equipas”, e “novas exigências” às organizações, com destaque para uma transição digital “que, em muitos casos, não estava ainda inteiramente amadurecida”. Nuno Botelho recordou ainda outra consequência da Covid-19: a “preocupação acrescida com o equilíbrio entre a vida profissional e familiar”, que conduziu à adoção de soluções de trabalho remoto e a uma mudança nos “velhos modelos de horário de trabalho”.
Sobre a IA, o anfitrião considerou ter-se instalado “um certo pânico” sobre os seus efeitos, que replicam, acrescentou, “as tensões e desconfianças” de outros momentos históricos de transformação tecnológica, como a Revolução Industrial. Este contexto de mudança, acrescentou Nuno Botelho, reclama “um debate sério e informado”, para encontrar “o melhor caminho a seguir”. “O futuro das profissões vai acontecer, independentemente das nossas vontades, convicções ou gostos pessoais. E quanto melhor ele for antecipado, mais bem preparados estaremos para promover as mudanças necessárias”, enfatizou.
José Gomes Mendes, Presidente Executivo da Fundação Casais, enalteceu a importância de colocar as ordens profissionais e os empregadores a discutirem, em conjunto, as mudanças que estão a acontecer no campo profissional. O antigo Secretário de Estado lembrou a necessidade de preservar a “cultura empresarial” das organizações, com a emergência do trabalho remoto, reconhecendo que a tecnologia “afasta as pessoas” e compromete o trabalho em equipa. Por outro lado, José Gomes Mendes lembrou a importância da ética e da sustentabilidade social nas empresas, um desafio que terá de ser vencido na era da tecnologia.
Também presente na sessão de abertura do evento, o Secretário de Estado do Trabalho recordou algumas das iniciativas políticas que marcaram o setor nos últimos anos, como a chamada “Agenda para o Trabalho Digno” e as novas fórmulas de organização do tempo – como a semana dos quatro dias –, que considerou “especialmente interessante” para as organizações que laboram de forma ininterrupta. Miguel Fontes acentuou, ainda, a importância da conciliação do trabalho, com a vida pessoal, como uma das grandes mudanças de futuro.
O almoço-conferência Futuro das Profissões 2024 ficou concluída com a intervenção de António Carlos Rodrigues, Presidente do Grupo Casais; e do ex-Ministro da Economia, Pedro Siza Vieira.
18 de janeiro 2024