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Decorreu no dia 6 de Julho, no Coliseu do Porto, a conferência “Climate Change Leadership”, com a presença de Barack Obama










Na qualidade de co-organizadora, a Associação Comercial do Porto, teve o privilégio de ser uma das entidades responsáveis pela realização da conferência “Climate Change Leadership”, que decorreu no passado dia 6 de Julho, no Coliseu do Porto Ageas.
Organizada conjuntamente com a The Fladgate Partnership/ Taylor’s Port, Câmara Municipal do Porto, Instituto da Vinha e do Vinho, The American College in Spain, Advanced Leadership Foundation, Revista de Vinhos e The World of Wine, esta conferência é o ponto de partida para o lançamento do “Porto Protocol”, uma iniciativa que colocará o Porto na agenda global das alterações climáticas.
Como referiu Rui Moreira na abertura da cimeira, o evento não termina no dia 6 de Julho. O “Porto Protocol” é uma aposta muito importante da cidade, que coloca em marcha um movimento que pretende pensar e intervir numa temática da maior importância para o planeta, que envolve economia e empresas, mas também qualidade de vida, ambiente e sustentabilidade.
O “Porto Protocol”, que foi apresentado depois por Adrian Bridge, presidente da Taylor’s, assume-se como um movimento empresarial aberto a todos os que queiram participar, sejam particulares, empresas ou organizações, e que pretende pensar e dar resposta aos desafios das alterações climáticas. Nesta perspectiva, a indústria do vinho, pode e deve ter uma palavra a dizer sobre esta temática e quer ser exemplo a seguir em todo o mundo. A realização desta cimeira, no Porto, foi exemplo dessa vontade de passar das palavras aos actos, e há já várias empresas publicamente envolvidas no projeto.
No programa da manhã, a conferência teve como oradores o antigo vice-presidente do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) das Nações Unidas e Prémio Nobel da Paz em 2007, Mohan Munasinghe e Irina Bokova, ex-directora-geral da UNESCO.
Munasinghe apresentou os principais avanços, conclusões e recomendações associadas à criação do IPCC, focando igualmente as tendências para a sustentabilidade da indústria do vinho, tendo em conta a importância deste sector para Portugal.
Irina Bokova salientou a relevância desta conferência ter surgido numa região como o Douro, Património da Humanidade, e aproveitou para chamar a atenção para o facto de ser importante ter essa herança e património em mente para se lutar contra o flagelo provocado pelo aquecimento global. Bukova lembrou que o que se perder para a natureza jamais voltará a ser o que era. E que combater as alterações climáticas é pensar o futuro mas também preservar o passado. Por isso, pressionar as empresas a fazerem a sua parte é um princípio fundamental.
O foco na economia e na necessidade de olhar para “onde está o dinheiro” deu o mote à intervenção de Juan Verde, que falou logo após o almoço e antes de receber Barack Obama, a grande figura do evento. Para o estratega político, responsável pela campanha que reconduziu Obama na Casa Branca, quando empresas e governos perceberem o potencial económico de uma sociedade mais consciente das energias limpas e da sustentabilidade, rapidamente se conseguirão mudanças significativas nos comportamentos e, consequentemente, no planeta.
Por fim, o 44º presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apresentou a sua visão para o combate ao fenómeno das alterações climáticas, que, na sua perspetiva deve passar inevitavelmente pela cooperação internacional.
Em conversa dirigida por Juan Verde, Obama falou também da importância das empresas privadas no processo de consciencialização social, pedindo-lhes mais responsabilidade e lembrando que é mais barato, na maior parte das vezes, prevenir questões ambientais do que resolver os efeitos das alterações climáticas. Lembrou que o aquecimento global ajudou a aprofundar os conflitos na Síria, ao obrigar milhares de pessoas a abandonar os campos agrícolas que lhes proviam sustento devido às constantes inundações; recordou as nações da África Subsariana que promovem, tantas vezes, os êxodos em massa – e consequentes problemas migratórios como os que o mundo enfrenta atualmente, frisando que não haverá muros suficientes, nem suficientemente altos, que impeçam pessoas famintas de tentar salvar-se e aos seus filhos.
Já no final, Barack Obama usou da sua experiência enquanto Presidente Americano para afirmar que muitas das respostas para os problemas que o mundo enfrenta já hoje existem com o conhecimento e as tecnologias atuais. Porém, estas respostas têm que passar ou partir de instituições políticas, sociais ou culturais e sobretudo, da vontade das pessoas. Por isso, uma abordagem “bottom-up” é fundamental nesta matéria.
Entre outras questões abordadas, Obama fez ainda referência à importância das gerações mais novas tomarem estas preocupações em mãos, dando-lhes responsabilidade e motivando-as para assumirem o seu papel na procura de uma sociedade melhor.
No website oficial da “Climate Change Leadership” – www.climatechange-porto.com – estão disponíveis as intervenções dos oradores e informação adicional sobre o “Porto Protocol”.