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Coliseu, Clérigos e ACP criam projeto artístico que quer o Porto multicultural a falar a língua universal da música, teatro e dança
O Coliseu Porto Ageas, a Irmandade dos Clérigos e a Associação Comercial do Porto formam o novo “ELO”, um projeto cultural, social e inclusivo, apresentado esta quinta-feira, dia 14 de novembro. Até maio de 2025, três das mais importantes instituições portuenses pretendem juntar no Coliseu participantes das muitas nacionalidades que habitam hoje o Porto, em aulas de música, dança inclusiva e teatro. O objetivo final é a construção de um espetáculo que vai subir ao grande palco do Coliseu a 20 de maio, e que, na sua diversidade, fale a língua franca das artes.
Após o sucesso do lançamento do “ELO”, há um ano, em 2024 o projeto passa a contar com o apoio da Associação Comercial do Porto e prepara-se para uma nova fase, com um programa que pretende olhar para uma cidade vez mais multicultural, celebrar e promover a partilha entre os participantes de diferentes nacionalidades, idades e contextos sociais, através das artes. Ao mesmo tempo, o “ELO” pretende promover a participação e fruição cultural de todos, apontando a públicos por norma afastados das salas de espetáculo.
A nova edição do ELO é amadrinhada por Selma Uamusse, uma das vozes já consagradas do panorama musical português, e visa simbolizar a ligação entre diferentes disciplinas artísticas (música, teatro, dança e storytelling), setores (social e educativo) e pessoas de diferentes idades e contextos sociais (público em geral, de todas as nacionalidades, com e sem deficiência, bem como alunos, auxiliares e pais de uma escola do Porto, local onde hoje convivem, mais do que nunca, diferentes idiomas e culturas que escolhem o Porto para viver.
Ao longo de meio ano, haverá também visitas orientadas ao Coliseu, Clérigos e Palácio da Bolsa, direcionadas aos participantes e às associações e comunidades ligadas ao projeto.
O teatro será orientado pelo ator e encenador Pedro Lamares, apoiado por Carolina Rocha e Carlos Correia. Vai formar-se um grupo composto por jovens de instituições sociais e com inscrições abertas para o público em geral, com ou sem experiência em teatro.
A dança inclusiva, orientada pela bailarina e professora de dança Eliana Campos, com o apoio de Beatriz Bizarro, terá em atenção as características e potencialidades de cada participante, com vista à criação de um espetáculo onde todos se poderão transcender.
A música terá uma forte presença, em dois territórios diferentes: no Coliseu, mas também numa escola do Porto, lugar onde convivem hoje dezenas de nacionalidades e línguas diferentes. Em ambos, os participantes vão ser orientados pela cantora e multi-instrumentista Patrícia Lestre, apoiada por Carolina Rocha e Carlos Correia. Os participantes vão aprender a produzir música recorrendo aos seus talentos e vontades, ora através do corpo ora de instrumentos musicais e voz. O grupo escolar será composto por alunos, pais, professores e auxiliares.
Para o público em geral, as inscrições para as aulas de música, dança e teatro abrem esta quinta-feira [14 de novembro], em www.coliseu.pt, ou na bilheteira do Coliseu.
Entre aulas, visitas orientadas, aulas abertas ao público e a apresentação final, serão abrangidas pelo projeto cerca de duas mil pessoas. A apresentação final no Coliseu transporta em si uma simbologia e significado que são a força essencial do projeto: todos serão conduzidos e apoiados num grande trabalho em rede que culminará na elevação ao palco numa das mais icónicas salas de espetáculo do país.
“O ‘ELO 2’ será uma experiência transformadora, onde se pretende valorizar e partilhar a riqueza cultural de cada participante. Com o apoio de duas das principais instituições da cidade, estamos empenhados em colocar a arte ao serviço da comunidade, abrindo caminhos para um Porto que celebra a diversidade”, explica Miguel Guedes, presidente da Associação Amigos do Coliseu do Porto.
“O ELO 2 representa mais do que um projeto artístico: é uma oportunidade de união e expressão para todos os que chamam o Porto de casa. Acreditamos verdadeiramente que acolher e dar espaço à diversidade fortalece a nossa comunidade, e é com grande orgulho que apoiamos esta iniciativa” afirma o Padre Manuel Fernando, Presidente da Irmandade dos Clérigos.
“A Associação Comercial do Porto preza o desenvolvimento social, económico e cultural da região, pelo que faz todo o sentido vincular-se ao projeto ELO, pelas características particulares que apresenta, gerando integração e valor social através das artes performativas e da cultura“, sublinha o Presidente da ACP, Nuno Botelho. “Parece-nos uma forma, não apenas criativa, mas humana e estimulante de acolher e integrar aqueles que mais precisam, ao mesmo tempo que se combatem preconceitos, estereótipos e marginalizações que, infelizmente, persistem na nossa sociedade.”
Com o ELO, o Coliseu, os Clérigos e a Associação Comercial do Porto pretendem criar lugar e tempo para a experiência e fruição artísticas, num programa inclusivo, desenhado com sensibilidade, de modo a possibilitar, maioritariamente, a participação de pessoas que não têm proximidade às artes, e menos ainda ao lugar do artista.