A Associação Comercial do Porto (ACP-CCIP) expressou formalmente as suas preocupações ao Ministério da Administração Interna (MAI), sobre a vaga de insegurança e criminalidade que tem sido sentida na cidade do Porto. Em carta dirigida à ministra Margarida Blasco, a ACP-CCIP considerou que existem “dados objetivos” que sustentam esta denúncia, recordando a “delinquência associada ao tráfico e consumo de droga”, a “confrontação entre diferentes comunidades” ou os “casos recorrentes de furtos a viaturas e a estabelecimentos comerciais”, entre outros incidentes vindos a público nas últimas semanas.

“A manter-se esta realidade, a Associação Comercial do Porto teme que a mesma possa resultar em danos reputacionais irreversíveis, que vão afetar, a curto e a médio prazo, a atratividade turística do Porto, a sustentabilidade dos operadores privados e os relevantes projetos de investimento que existem neste setor”, acrescenta o documento enviado ao Governo, lamentando a ACP-CCIP a “falta de policiamento nas ruas pedonais”, já denunciada por diferentes entidades, incluindo a Câmara Municipal do Porto e o Observatório de Segurança Interna.

Nesse sentido, a Câmara de Comércio e Indústria do Porto exorta o MAI a assegurar num conjunto de condições na cidade, designadamente o “reforço do policiamento visível nas áreas mais sensíveis e nas principais artérias comerciais”, a promoção de ações mais frequentes de “prevenção e dissuasão da criminalidade”, assim como a viabilização da segunda fase do projeto de videovigilância proposto pela Câmara Municipal do Porto, que vai abranger áreas menos centrais da cidade.

Em declarações ao Jornal de Notícias, Nuno Botelho lembrou que se discute “há um ano”, no Conselho Municipal de Segurança, o alargamento da videovigilância, mas que ainda não houve consequências. “As pessoas estão cansadas disso. É preciso passar aos actos”, reforçou. O presidente da ACP-CCIP comentou também este tema à Antena 1 e ao Porto Canal, entre outros meios de comunicação social.

7 Junho 2024